segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ROCKWORK ORANGE – VADER BREVE VOLTARÁ [Nu, sem calcinha e usando #rider]


Jack Torrance, Alex DeLarge, Tony Montana, Tony Ramos, Alien, Bill Açougueiro, Hannibal, Michael Corleone, Freddy Krueger, Norman Bates, Frankestein (?), Vincent Vega, Joker, Magneto, Norferatu, Chucky... O que estes nomes têm em comum? Respondo: todos eles são os maiores vilões da história do cinema. Indiscutíveis e arrebatadores. Claro que esqueci de mencionar outros grandes nomes, mas é que tive que encurtar a listagem senão vocês pegariam no sono.

“Mas e o Darth Vader, João?” Darth Vader? Vader é Deus, senhores! Vader é páe etérno de todos os antagonistas, anti-heróis, vilões e afins. Vader é literalmente de outra galáxia – perdão pelo clichê. Vader é Jesus e amor.

Quem (amantes de Star Wars) nunca tremeu as pernoca ou fez xixi nas calças quando escutou aquela voz volúpia e retumbante somada daquela respiração ofegante e com aquele soundtrack de fundo “Tãtatatãnarãtãnarã”??? Então...

Natal chegou, menino Jesus nasceu e Vader voltou (enfim) para voltar a reinar este mundo mundano que vive em constante guerra desenfreada. Em nome de Vader, Luke, o filho e o espírito Sith, a ÚLTIMA Rockwork de 2013 chega no Cucko anunciando a volta do pai de todos!

Se Jesus, o Cristo, transformou água em vinho, Vader criará o Moloko do chorume tão pisado quanto amado! O sagrado líquido divino e os elegantes bótons made in Galatic Empire serão presenteados para quem cedo chegar. Não tem erro, tira essa blusa - nem precisa colocar o fio dental - e te manda pro Cucko no Natal! (#rimou)!  

A dica aos droogies insanus é a mesma de sempre, porém mudanças serão feitas devido a data natalina do nosso Deus negro: coma teu chester, toma engov, chega meia-noite, evita fila, ganhe bótom e moloko. O resto cêis já sabem! É atirar-se no rock e bebê tudo - até o suor do gato(a)!

Até a amanhã, céus lindos!


P.S.: NÃO TENHO FILHOS, LOGO LUKE É DE OUTRO!

“Tudo que tu fizer com amor, rende”


Gostaria de compartilhar com os amigos uma das reportagens exibidas no Globo Repórter da última sexta-feira. O programa, que resolveu pautar os "Brasileiros do Bem", mostrou no seu segundo bloco, a história de Maria José Matos da Silva, aposentada de 67 anos. A "Zezé do Pão" que mora pertinho da gente, em Capão da Canoa, vive com dois salários mínimos em uma casinha simples e faz pães para crianças e pessoas menos favorecidas. A Dona Zezé foi a responsável por lágrimas que há muito tempo não caiam sobre meus olhos.

Esta viúva com lencinho na cabeça e de apenas 37 quilos, mostra todo seu amor e carinho nesta reportagem, que ascende aquela palavra de 13 letras que todos nós deveríamos ter no sobrenome: solidariedade.

Como fiz na última sexta, saúdo os produtores do programa e também o canal de televisão, que enfim resolveu pautar algo de extrema relevância.

Feliz Natal pra ti, Zezé! Que teu amor radie até mim e a todos nós, para que possamos tomar uma dose de vergonha na cara e começarmos desde já a ser alguém neste planeta desigual, infeliz e sujo.

http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2013/12/aposentada-usa-amor-como-ingrediente-para-obter-multiplicacao-dos-paes.html

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O dinossauro que nunca morrerá


Perguntado a Johnny Depp se ele se interessaria em fazer o papel de um pirata bêbado, sarcástico e um tanto quanto louco ao andar, o eterno “Edward” disse sem pestanejar que “sim”, e que já tinha em mente em quem se “inspiraria”. Passada duas franquias de “Piratas do Caribe”, o astro de Hollywood teve uma ideia que soou bem para o diretor Gore Verbinski, que já planejava a terceira franquia, isso quando a recém filmava “A Maldição do Pérola Negra”, primeiro filme da saga. A ideia (exigência) de Johnny era a seguinte: que Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones e um dos maiores astros da história do rock n’ roll de todos os tempos, fizesse o papel do pai de Jack Sparrow em “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”. Seria juntar o “útil ao agradável”, revelou o ator, já que ele sempre “sonhou” (e estava realizando esse sonho) em interpretar um grande astro de rock nas telonas. O diretor aceitou e o resto já sabemos.

A tamanha importância deste senhor que neste 18 de dezembro completa 70 anos de sobrevivência (falo isso porque, bem...) tem para o nicho musical é tamanha e irremediável para alguns. Keith Richards é apontado por muitos como o maior guitarrista “humano” de todas a gerações. Eu concordo com isso. Claro que não podemos esquecer de seres extraterrestres como Jimi Hendrix, Eric Clapton e Santana, e, que por isso, classifiquei Keith como reles mortal, apesar de não parecer às vezes, devido a tudo que este senhor já viveu, principalmente nos áureos tempos, quando rock n’ roll não era apenas gênero, e sim proposta de vida.

O homem de dedos ultra tortos e autor dos maiores riffs da história da música é mais que apenas um ótimo guitarrista. É a prova viva do rock. Modesto, diferente de mim neste post, Keith quando questionado (inúmeras vezes) de qual adjetivo daria para definir ele como guitarrista, Richards sem exitar disse que se achava “medíocre”, porém quando se une a Ronnie Wood, também guitarrista dos Stones, se autonomeia como “imbatível”.

Quanto a relação com a “satânica majestade” chamada de Mick Jagger: errou em dizer que o pênis do vocalista “era pequeno” em sua autobiografia “Life”, porém pediu desculpas publicamente ao astro. E acredite, foi uma das únicas “discussões” em mais de 50 anos de amizade, parceria ou sociedade (como quiserem) desde quando os deuses da música se juntaram naquela tarde de outubro de 1961, na estação Kent, em Londres, e resolveram que os dois se conhecessem.

Parabéns pelos 70, Keith! E como você mesmo diz, que “venham mais 50”, porque afinal tu é um dinossauro.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Uniforme de médico


Sei bem o quanto é chato e está saturado o assunto futebol nas redes sociais. Sei que muitos não tem paciência (como eu) para discutir/debater sobre. A violência que se junta com a prima demência, em que atualmente estamos condicionados a assistir como se fosse uma extrema normalidade, vide último “confronto” envolvendo atleticanos e vascaínos, em Santa Catarina, já está batendo no teto e assim criando muitos galos. O que quero registar aqui é o branco.

Não, não estou falando de branco da paz. Também não quero fazer analogias com o que aconteceu há duas semanas atrás. Não quero dar ibope para aqueles “seres humanos”, ao contrário do que a mídia está fazendo nos últimos dias. Estou falando do branco da tranquilidade.

Estou falando do segundo uniforme do time que torço, o Internacional. Naquela manhã de 17 de dezembro, isso há exatos sete anos atrás, eu vi a tranquilidade logo quando liguei a tevê. Vi o time de Abel Braga, (que hoje está retornando ao comando técnico do Inter) perfilado para encarar nada mais nada menos que o melhor time da época, o Barcelona, na final do Mundial de Clubes da Fifa.

O jogo nem preciso lembrar porque ainda deve estar fresco na cabeça dos colorados, o que quero perguntar aqui é o seguinte: o que tu sentiste quando viu teu time de branco ao invés do vermelho encarnado tradicional?

Outra pergunta: por que o uniforme de médico é branco? Essa eu respondo: para dar tranquilidade aos pacientes e/ou impacientes.

Que Colorado não estava comendo a unha do pé em 2006 e com medo de tomar uma sonora goleada do time espanhol, que três dias antes tinha aplicado 4 a 0 nos mexicanos do América - fora bola na trave, dribles e samba do melhor jogador do mundo na época, Ronaldinho Gaúcho?

Eu senti confiança e tranquilidade quando vi esta primeira cena ao ligar a tevê. Vi o time do coração perfilado de uniforme de médico e quando um narrador que todos (todos) odeiam soltou o bordão: “Bem amigos da Rede Globo, aí imagens direta do estádio de Yokohama...”.

Eu sabia que o Inter seria Campeão do Mundo. Eu sabia que naquela manhã de domingo o Planeta seria vermelho.

Parabéns a nós, Colorados sofredores. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Vim da África num navio negreiro


Não quero acusar a Fifa muito menos a Rede Globo de Televisão pela suposta "escolha" de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo, que será realizado na próxima sexta, às 14h, na Bahia. Longe disso. Quero deixar expresso aqui uma vontade que poderia (não mais) se transformar em realidade: ver Lázaro Ramos e Camila Pitanga na apresentação do evento de escalão mundial. Não pelo fato dos atores serem extremamente superiores no quesito atuação e simpatia, mas sim porque creio que os dois são a cara do nosso país. A cor do nosso Brasil Brasileiro. Verde-amarelo? Não! Negra mesmo. 

Eu quero acreditar que a mudança de última hora dos organizadores do evento não tem nada a ver com a etnia de Lázaro e Camila. Eu quero acreditar que a escolha de um "casal europeu" não tenha mesmo influência de uma entidade mundial. Eu queria apenas ver um casal que representa "visualmente" nosso país. Eu queria dizer a eles que todos nós somos negros, que viemos de navios negreiros e que só somos alguém nos dias de hoje graças as mãos do povo africano. 

Eu sou negro, nós somos negros e vocês de terno são padrão fifa.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pega uma coisinha bem boa pra ele!

Rotina de acordar cedo todos os dias não é só "privilégio" meu. Milhões de brasileiros passam pela "proeza" todos os dias. Uns acordam de suas respectivas camas já exclamando, outros cantarolando e felizes. A rotina é uma realidade. Uns optam por não tê-la, outros precisam-a para poder ser adequar ao mundo cronometrado aí fora. Eu tenho uma rotina. A de acordar bem cedo todos os dias, pegar a bicicleta e o trem a fim de chegar ao meu primeiro destino pela manhã: o trabalho. 

Como de costume, saio de casa sem café na barriga na maioria das manhãs. Rotina. Hoje não foi diferente. Quando desci da Estação Farrapos, da Trensurb, fui até a mesinha que vendem-se salgados e cafés para pessoas que, assim como eu, não tomam café em casa e preferem gastar uns pilas fora dela. Uma banquinha de um casal de senhores extremamente simpáticos e humildes, que vendem salgados quentinhos e com preço baixíssimo - é preciso ressaltar isso. 

Enquanto fazia meu pedido de sempre (pastel folhado de frango e café pequeno), um rapaz chamado de mendigo se aproximou. Seu odor era impregnante e na sua linguagem faltava decoro. Ele começou a catar umas moedas na frente do casal simpático que madruga todos os dias para ali vender seus lanches humildes e quentes. Começou a catar mas não terminava nunca de somar as poucas moedas em suas mãos. No instante eu quis dar uma de bom samaritano e ajudar com uns trocados para ele tomar um café e comer um pastel, mas antes que eu mencionasse tal gesto, o senhor da banquinha, cujo ainda não seu o nome e me envergonho por isso, olhou para ele. Na mesma hora pensei: "Vai ser enxotado como um cão molhado, certo." Quem nunca viu uma cena destas? Infelizmente é normal. Mas longe disso. O senhor que ali está todos os dias sempre às 06 da manhã perguntou:

- Quê tu qué? Tá com fome?

O rapaz murmurou e disse algo que ninguém entendeu. Em seguida, o senhor dos pastéis soltou para a sua esposa:

- Pega uma coisinha bem boa pra ele! Deve tá com fome, né, filho?

Hoje minha rotina foi diferente. Fiz o mesmo trajeto, as mesmas ações, mas foi diferente. Foi diferente porque eu vi um trabalhador brasileiro, que ao contrário de muitos não é "infeliz" e nem de mal com a vida todas as manhãs. Quem nunca viu uma cena ou foi tratado de forma estúpida? Esperei uma reação negativa do cidadão, pois na maioria das vezes temos a mania de sempre esperar o pior em situações como esta. Minha rotina foi diferente porque eu vi uma pessoa que AMA o próximo. Que sabe como TRATAR um ser humano, por mais mal cheiroso, sem educação e sem dinheiro que ele esteja. 

Eu me comovi hoje pela manhã. Obrigado.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Continue sambando


Sem dúvida uma das comemorações mais bonitas de todos os tempos numa Copa do Mundo. Roger Milla, após um deboche seguido de gracinha do mítico goleiro colombiano Higuita, resolveu comemorar o gol da maneira mais espontânea e alegre possível: sambando e rindo. Uma resposta ao pedante dos latino-americanos que subestimaram os “leões indomáveis” de Camarões durante o confronto que era válido pelas oitavas de final do Mundial de 1990, na Itália.

Minha homenagem nesse 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, vai para este craque, que parou de jogar futebol só aos 45 anos e foi responsável por uma das celebrações mais contagiantes da história da bola. Uma forma de flauta respondida sem violência ao racismo impregnado pela equipe adversária, que perdera por 2 a 1 dos camaroneses.

Meu respeito a todos os negros deste mundo, em especial ao maior jogador africano, Roger Milla. Continuem debochando e sambando de quem o subestima e o agride, seja através de palavras ou gestos racistas que aqui nem preciso citar.

sábado, 16 de novembro de 2013

~ROCKWORK ORANGE - MUSTACHE PARTY~


Lembram daquela idade, aquela que tu tinha uns 13 e obtinha umas penugens debaixo das narinas, e que tu considerava como bigode e/ou barba? Cultivava e vangloriava os pelos que um dia poderia sim (sonhador) ficar igual ao do Daniel Day-Lewis, em Gangues de New York. E as meninas? Como reagiam nus colégio quando as “amiguinha” patricinha de um marista qualquer mexiam contigo e diziam que tu tinhas bigodes e parecia uma Maria portuguesa com certeza? Oh, tempos bons que não voltam nunca mais... N

Passaram us anus, crescemus e habemus bigodes lindjos! Uns tentam imitar o nosso Freddie, outros o Lemmy Kilmister e Zappa. Status? Não sabemos, mas que a ideia de aposentar o prestobarba (p/ nóz pobres) e o gillette (p/ os rycos) foi até bem massuda. Novembro chegou e com ele a ~ ROCKWORK ORANGE – MUSTACHE PARTY! ~! Mês que o mundo não faz a barba e cultiva de forma artesanal (ou non) sua bigodeira and barba.

Os bigodes são símbolo do Rock, em todas as páginas da sua história lá estão eles! Sujeitos como Tony Iommi, Jesse Hughes, Ringo Starr mostram, por meio de distintas formas e desenhos peludos, o poder de um belo bigode!

Desenhe ou cultive o teu bigode nesse Movember, se atira na Rockwork e pula ao som de muito Rock & Indie! Vem pro Aquece Rockwork - Don't Stop me Now! [ Only Queen Songs!] tocando só Queen até às 23h, quando o estrago apocalítico continua até de manhã com um indie hound-and-horny e um rock Oozhassny!

Confirmas presenças pro gatos(as) acá =>https://www.facebook.com/events/1432393193647314/?ref_dashboard_filter=calendar

e te alista prá ganhá desconto acá =>http://dhomba.tempsite.ws/new/agenda/item/680

DICAS AOS DROOGIES INSANUS:

CHEGUEM CEDO (PFVR), EVITE FILAS, BEBA MOLOKO, GANHE BÓTOM, ESCUTA UM QUEEN ATÉ ÀS 23H E TE PREPARA PARA A MAIOR DESTRUIÇÃO SEM OSTENTAÇÃO E CAMAROTE ATÉ AS TANTAS DO DOMINGOS!

Há braços e uma boa Rockwork com camarote infinitos pra todos nóz!


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Happy Birthday, Sir Jagger!

A pergunta que até hoje não foi devidamente respondida pela crítica: 

WHO THE FUCK IS MICK JAGGER?

Respondo: um branquelo seco e beiçudo, que em 1962 conheceu numa estação de trem em Londres um guri de dentes feios, apenas chamado de Keith, e que de lá pra cá, há 51 anos, juntamente com ele, vem administrando uma das maiores empresas do mundo. Ou melhor, após a morte súbita de Brian Jones, presidindo a melhor banda de todos os tempos.

Sucessor de Elvis nas danças, aprimorando-as com Tina Turner, namorando mulheres em demasia, pegando Bowie (tendo sua experiência gay), cheirando, injetando, bebendo Deniels como se fosse água, criando “Sympathy for the devil”, “(I Can't Get No) Satisfaction”, “Jumpin' Jack Flash”, “Gimme Shelter”, “Angie”, “It's Only Rock n' Roll (But I Like It)”, “Start Me Up”, (cansei), tendo sua vida como o próprio rock and roll em si.

Está vivo, se diz “realizado”, fazendo 70 anos nesta sexta-feira, e acredite: com uma agenda lotada de shows pelo mundo.

Parabéns, “satânica majestade”, como é chamado pelo seu amigo e sócio Keith Richards.

HAPPY BIRTHDAY MICK JAGGER!



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Uma sessão para a posterioridade

Preciso escrever sobre o filme que vi ontem. Preciso falar sobre Man of Steel – Homem de Aço. Preciso falar de algumas coisas. Se a simples sensação de fazer um revival à infância bem vivida já bastaria no domingo à noite, eu levanto alguns pontos do longa que estreou na sexta-feira para fazer valer cada centavo investido na tal experiência ímpar chamada Imax. Um filme que tem sua primeira cena um parto (e O Parto do Superman) já pode ser sim considerado um bom presságio para as próximas duas horas e meia sentado. Pois bem. Era o primeiro cisco no olho da noite. Russel Crowe (Gladiator) preencheu a telona com sua alta performance no primeiro olhar ao filho Kal-El/Superman. Quanto a Ayelet Zurer, que estrelou como Lara, mãe biológica de Kal-El, posso tomar a liberdade e dizer que o diretor Zack Snyder (Watchmen) poderia ter explorado mais o lado maternal da mãe do Superman. Ora, ela é a mãe dele!

Passada a primeira cena, passado o primeiro cisco no olho, a apresentação de Zod, Michal Shannon, ator que até então eu tinha visto em poucos trabalhos, mas confesso que me fez lembrar de algozes como Joker, Bane entre outros da DC Comics. Ator com expressão, postura e talento interpretativo. Quanto a ação, e isso tinha a recém 10 minutos de longa, palmas para o melhor cineasta da atualidade - minha reles opinião. Christopher Nolan, um carinha que está lucrando muito ultimamente produzindo e dirigindo películas de pouco sucesso, como Inception e a trilogia The Dark Knight. Era mais um bom presságio. O presságio chamado Nolan e seu modo de apresentar o vilão antes que o herói.

Em seguida vem a primeira cena do homem que não é um pássaro nem um avião, e sim o Superman. O marejo é substituído pelo arrepio. Vou rapidamente descrever a cena. Clark Kent/Kal-El/Superman, já na Terra (foi deportado pelos seus pais ainda bebê de Krypton devido ao autoritarismo de General Zod) salva uma plataforma de petróleo recheada de trabalhadores. A primeira cena como “Superman”, porém sem o traje. Uma baita cena, diga-se de passagem. Na sequência a apresentação dos pais adotivos, nada mais nada menos de que Kevin Costner e Diane Lane. O que falar das boas participações dos atores no filme? Bom, começar pela presença de tela do Kevin. Ator que dispensa comentários e com um curriculum vitae cheio de grandes filmes. Já Diane e sua voz doce e reconfortante, e, ainda envelhecida, bela como sempre. Ótimas cenas do casal de pais adotivos. Para destacar uma delas, a morte de Jonathan Kent. Somando as participações do eterno “Guarda-Costas” deu cerca de 15 minutos, no máximo, mas o gesto que ele faz para o seu “filho” alienígena quando um forte tornado se aproxima e que o lavaria, foi simplesmente “pára tudo” e pausa para o lenço. Novamente um cisco caia na sala de cinema do Wallig. Gesto de “não venha me salvar, filho. Não quero que vejam que você me salvou na frente de todos. Não quero que eles vejam que você é de outro planeta e que você sofra ainda mais com os comentários da vizinhança. Deixe as coisas tomarem seu rumo natural.” Claro que ele não falou essa babaquices que escrevi, estou só descrevendo a cena. Estou só descrevendo a mão do Kevin Costner ao impedir que Clark o salve. Uma cena um tanto quanto forte. Nessas alturas eu já estava disposto a pagar o ingresso pela segunda vez. Quanto a performance de Henry Cavill e Amy Adams, Clark e Lois Lane, quanto a sintonia e química do casal: nota 9. Escolheram a dedo os atores que cumpriram muito bem seus respectivos deveres.

Pois bem, amigos. Tenho e preciso destacar o roteiro muito bem costurado de David Goyer. Roteiro que prende o espectador do início ao fim - filmes que têm Nolan têm fim? Quanto a noite que passei ontem com os amigos Walter Ferrera, amigo que sabe tudo (é sério) sobre sétima arte e Iana Soares, fiel amiga, reitero o post anterior que tinha feito a respeito do filme: voltei à infância assistindo o filme do super-herói. Não fiquei desta forma com a saga de The Dark Knight porque esta trilogia das trevas foi obra-prima, não sendo filme para criança como eu, porém tenho como épica. Quanto as ciscos que caíram no cinema ontem, perdi a conta. Pois o filme além de ter adrenalina o tempo inteiro, com atores preechedores de tela, trilha imensurável de tão boa do Hans Zimmer, roteiro adaptado e fotografia, te faz ficar com os olhos marejados durante diversas ocasiões.

Escrevi isto para descrever uma sensação que há tempos não sentia. Sim, me emocionei!

Um recado: vão assistir Man of Steel, por favor! Não sei se é pontos para a cultura, mas é pontos para o seu mundo imaginário dentro de si. O super-herói dentro de ti.




sexta-feira, 12 de julho de 2013

Revival à infância

Sempre fui mais pro lado das trevas. Curto o escuro. Curto o super-herói que não possui poderes, como Batman, por exemplo. Mas minha primeira "roupa" para brincar foi a do Superman. Meu pai, o seu Sérgio, me concedeu a primeira fantasia quando eu tinha quatro anos, isso lá em meados de 1994. Usei a fantasia até rasgar. Rasgou. Pedi outra para ele e para a Viviane, minha mãe, mas os mesmos alegaram que a grana estava curta na época. Comecei a amarrar toalhas de banho no pescoço e saltar de árvores. Em seguida, meu pai me descolou uma máscara do Batman, que tinha seu filme Batman Forever (meu primeiro longa no cinema) estreando nas telonas. Usei até perder - como sempre.

Passou-se os anos e deixei de lado o Homem de Aço e Morcego. Comecei a me interessar mais por futebol. Cresci, aborreci como pré-adolescente e cheguei a fase adulta. Daí um tal de Christopher Nolan resolve refazer a história de Bruce Wayne. Pra quê. João volta a se aproximar de seus heróis da infância. Primeiro com Batman Begins, em 2005, depois The Dark Knight e The Dark Knight Rises, 2008 e 2012, respectivamente. Filmaços.

Hoje estreia Man of Steel. A expectativa é mil para o longa, que tem o brilhante Hans Zimmer na trilha sonora, Nolan (gênio) na produção e atores como Russel Crowe, Kevin Costner, Laurence Fishburne e Diane Lane. Expectativa de poder fazer um revival à infância bem vivida. Expectativa de, quem sabe, colocar novamente uma toalha vermelha no pescoço.

Quanto a propaganda da Coca abaixo, que tem nada mais nada menos do que a voz inconfundível de David Bowie cantando “Heroes”, expresso aqui meu muito obrigado aos meus pais, por terem me aguentado quando eu pedia para que eles me pegassem no colo e fizessem “voar” igual ao “Supermein”.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

A salgada água do choro

Eu pensava que só poderia se lavar de lágrimas quem chorasse e tomasse banho ao mesmo tempo. Ato que muitos praticam durante um momento de desespero ou infeliz, onde o choro se mistura com pingos vindos de uma caixa d’água qualquer. Pois bem. A sexta-feira, que até as três e pouca da tarde parecia corriqueira, reservava uma cena comovente de uma história difícil.


Como de praxe, ao entrar no trem, sento-me no chão (o que é errado) e me abrigo até o meu destino. Se estou rumando ao trabalho, a estação Mercado. Se estou retornando após a atividade profissional ou da aula, a estação Fátima, em Canoas. Hoje, por ironia, embarquei na estação Rodoviária, e, junto com o cara cansado devido a semana, uma mulher conhecida ao meu olhar. Berenice*, uma mãe que aparenta uns 38 anos. Mãe porque tem o Artur*, de seis. A história dessa guerreira é bem conhecida pelos usuários da Trensurb. O Artur sofre de intolerância a lactose. O guri precisa de um leite especial que custa em torno de 70 reais e que dura aproximadamente três dias. Ela sempre pede ajudas e em troca oferece objetos, como canetas, lixas de unha, cartões com mensagens bonitas, balas e chicles. Hoje, nessa tarde de intenso vento, ela entrou no vagão que me encontrava sem os tais objetos e chorando compulsivamente. Berenice começou o seu discurso conhecido por muitos. Na medida que ela relatava a história e fazia os pedidos de ajuda, as lágrimas aumentavam freneticamente, proporcionando uma atenção maior dos passageiros. Menos de um, que encontrava-se ao meu lado. Um homem de barba por fazer que usava sapatênis. Berenice narrava e ele dizia para si: “Essa aí deve estar rica de tanto que pede ajuda aqui.” A frase que pra mim soou de forma mesquinha, fez me lembrar de que durante a semana, vi uma montagem que está sendo compartilhada por esta rede social que usamos. A foto continha a seguinte frase: “Meu filho tem intolerância a lactose”, no perfil “Trensurb Depressão”. Ao mesmo tempo que me lembrava do deboche virtual, via o homem de sapatênis atento a história e ao choro de Berenice, que aumentava cada vez mais. Tinha um motivo. Devido ela pedir ajuda e em troca oferecer os famosos objetos há mais de anos nos vagões, a mãe do Artur foi denunciada hoje por comércio ilegal, e dela foram tomadas centenas de canetas. Nas vezes que a vi pedindo a atenção e ajuda, via apenas uma mulher que parecia ser sincera, com expressão cansada e que sabia se equilibrar muito bem durante as viagens. Nessa sexta vi uma mulher aos prantos e desesperada devido a tal situação. O choro dela era tão enorme, profundo e sofrido, que as lágrimas já tomavam conta de seu pescoço, ombros e peito. Parecia que ela tinha se banhado, só que não de água limpa, e sim de uma água salgada e nada efêmera. A água do choro. Não teve como não se comover com a situação que a mãe do Artur passava hoje. Fiz o mínimo de alcançar uns trocados que não me fariam falta alguma. Uma mãe que não tem como ter um emprego fixo e que abdicou da vida por causa do filho. A sexta-feira cansativa que tinha tudo para ser mais uma em minha vida, terminou com um “Deus te abençoe e desculpa por não ter nada para dar hoje”.

Ora Berenice, tu me deu algo sim: a oportunidade de dar a atenção devida a alguém, e de quebra, a de ajudar.


*Escolhi Berenice e Artur, pois nunca perguntei os nomes. Um erro.